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Projeto: Territórios Negros de Porto Alegre
Projeto: Territórios Negros de Porto Alegre

Projeto: Territórios Negros de Porto Alegre (Escola Pedro Pereira)

É uma parceria do PIBID/História - PUCRS com o projeto Territórios Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre que é mantido pela prefeitura municipal e pela empresa Carris.

De acordo com o site do projeto ele "é uma ação de qualidade onde os participantes aprendem histórias que não conheciam e ainda se divertem [...] Em cada percurso, nos territórios negros, são transmitidas informações sobre a cultura e modo de vida dos afro-descendentes do Brasil, em épocas passadas [...] Dentro do ônibus, crianças e professores percorrem diversas regiões da cidade . Mas não se trata de passeio turístico, é um tour cultural. Através da experiência direta e visual , os alunos adquirem conhecimento dos espaços em Porto Alegre, utilizados pelos negros, desde a época da escravidão, até os dias atuais."

Os pibidianos atuam fazendo uma aula preparatória para a turma que será levada na atividade, trabalhando as seguintes questões: 

- Contexto final da escravidão em Porto Alegre / relação da escravidão com tempos atuais.

- Formação dos territórios negros a partir deste contexto em Porto Alegre.

Como apoio pedagógico é utilizado o vídeo "Que Bará é esse"? Produzido por alunos da FAMECOS e que aborda a tradição do orixá Bará no Mercado Público de Porto Alegre. 

Após esta aula introdutória é realizado percurso, em ônibus especial da Carris para o projeto.

O trajeto inicia pelo Largo da Forca, local onde foram enforcadas 22 pessoas no século XIX, sendo a grande maioria escravos condenados.

Em seguida o grupo passa pelo Pelourinho, que se localiza defronte à Igreja Nossa Senhora das Dores, na rua dos Andradas, onde os negros escravizados era punidos no tronco. O local servia também como feira para compra e venda de escravos.

O terceiro ponto visitado é o Mercado Público, local erguido pelo trabalho dos escravos negros no século XIX e que no seu centro conta com um assentamento em homenagem ao orixá Bará, que de acordo com as religiões afro-brasileiras é responsável pela fartura e pela abertura dos caminhos. Neste local os alunos são convidados a jogarem moedas ou balas de mel para o Bará, como forma de compreenderem a tradição e conhecerem melhor a cultura religiosa formada pelo afro-brasileiros.

O trajeto segue passando pela Redenção, local que tradicionalmente acolhia escravos aos domingos para que estes cultivassem suas tradições; segue pela Colônia Africana (atual bairro Rio Branco) local que abrigava a comunidade negra em Porto Alegre pós-abolição e que foi ocupado pelo poder imobiliário ao longo do século 20, tornando-se em um bairro elitista; percorre ainda a Ilhota (localidade que teve a população removida para o bairro Restinga nos anos 60 do século XX) e o Areal da Baronesa/Quilombo do Areal, um dos quatro quilombos urbanos da capital. É realizada uma visita ao Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, onde os alunos são guiados pela história da casa que abriga o museu, inclusive pelo local onde havia a senzala, que, segundo inventário de 1878, abrigava 14 escravos que eram de propriedade do comerciante português Lopo Gonçalves. 

A atividade é encerrada com o ônibus passando pelo Largo Zumbi dos Palmares, local que nos anos 70 do século passado foi palco de passeatas e manifestações pelos direitos dos negros. 

Desta forma, através desta saída de campo, os alunos puderam visualizar aquilo que os pibidianos já haviam trabalhado com eles em aula. Assim, conheceram um pouco melhor a história dos negros em Porto Alegre e tiveram a oportunidade de se apropriarem dos locais visitados e das suas histórias.

Organização: Bolsista Eduardo Freitas e professora Anna Paula Pedroso

Oficina e saída de campo: bolsistas Eduardo Freitas e Fernanda Suris, professora Anna Paula Pedroso, equipe Territórios Negros